Eu nunca quis jogar com ela. Não que não me interessasse, pelo contrário, sempre tive medo que ela pudesse gostar mais do jogo que do jogador. E que loucura, minha covardia controlada me trouxe até aqui, minha falta de iniciativa me deu tempo suficiente pra conhececê-la “de verdade”. Afinal, quem joga blefa, não é essa a regra? Blefes não satisfazem, a verdade inevitável acaba chegando e o jogo costuma acabar mal.
Mantendo a metáfora: eu sempre quis jogar com ela. Mas não no sentido do parágrafo anterior. Jogos de azar não fazem meu tipo, pra alguém ganhar o outro tem que perder no final, por melhor que a partida tenha sido. Sempre preferi os cooperativos, aquela coisa bem clichê de player 1 e player 2, sabe? Ou, pra deixar mais atual: ADC e Suporte, por que não? Oras, não é muito mais fácil aceitar a derrota com alguém ao seu lado? Afinal, nem só de vitórias se vive a vida. Mas elas também fazem parte e também é muito melhor ter alguém pra dividí-las do que alguém pra derrotar.
Parece-me então bem normal levar um certo tempo. Desafiar alguém é simples e vazio, vencer satisfaz o ego e mais nada. Mas pegar o controle 2 não é fácil assim, não é mesmo? Leva um tempo, requer um pouco de confiança, mas no fim das contas é muito mais fácil e mais divertido zerar a vida em dupla.